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A criança com altas habilidades/superdotação – reflexões para início de conversa...

  • Foto do escritor: Andréia Ferreira
    Andréia Ferreira
  • 26 de out. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 26 de mar. de 2023

O fenômeno das altas habilidades/superdotação pode ser observado na humanidade nas mais diversas áreas do fazer humano. Pessoas com altas habilidades/superdotação, são reconhecidas por seus talentos, habilidades e realizações nas artes, no esporte, nas ciências, na política, na marcenaria, na oficina, na agricultura, enfim, podemos nos deparar com pessoas superdotadas em qualquer lugar, em ambos os sexos, em todas as raças/etnias e classes sociais. Continue lendo e saiba mais!


Afinal, o que vem ser Altas habilidades/superdotação?

No meio acadêmico, muitas são as definições e há até quem não concorde com esta denominação, preferindo falar de talento, capacidade, criatividade ou outras definições. Assim, tomaremos como parâmetro, a legislação educacional brasileira, que define como pessoas com altas habilidades / superdotados, os indivíduos que apresentam notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados: capacidade intelectual geral; aptidão acadêmica específica; pensamento criativo ou produtivo; capacidade de liderança; talento especial para artes e capacidade psicomotora, que podem se manifestar de forma isolada ou combinada (*MEC/SEESP, 2006) Entretanto, não basta a criança apresentar notável desempenho e elevada potencialidade em idades precoces, é preciso que haja constância e consistência de tais aptidões ao longo do tempo, o que nem sempre se concretiza diante os desafios que se colocam para o desenvolvimento de crianças e jovens em nossa sociedade.

Não se sabe muito ao certo porque algumas pessoas se desenvolvem assim. As pesquisas apontam diferentes hipóteses e não há uma explicação que seja consensual. Provavelmente as altas habilidades/superdotação são determinadas por fatores biológicos em interação com o meio ambiente, atingindo de 3 a 5% da população mundial. Entretanto, independente da forma como as altas habilidades/superdotação são expressas, seja através de habilidades cognitivas ou de uma habilidade acadêmica específica, liderança ou comportamento criativo, inovação, habilidades pessoais e interpessoais, habilidade para artes visuais ou cênicas, entre tantas outras formas, elas sempre serão resultado direto da interação estabelecida entre as características biológicas do indivíduo e as oportunidades oferecidas pelo meio onde o desenvolvimento ocorre, pois a inteligência responde ao aperfeiçoamento ou à inibição de acordo com a presença ou ausência de estímulos provindos do ambiente.

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Quem é a criança com altas habilidades/superdotação?


Ao contrário do que alguns pensam, a criança com altas habilidades/superdotação é de carne e osso, come, dorme, chora, ri, interage, é ativa, fica doente, sente medo .... é uma criança como qualquer outra criança, porém se diferencia quando se observa o seu desenvolvimento. Crianças com altas habilidades/superdotação costumam apresentar um padrão de desenvolvimento mais acelerado e avançado, desempenhando ou demonstrando poder desempenhar, habilidades cognitivas, motoras, artísticas ou comportamentos acima da média esperada, de acordo com a faixa etária, série escolar ou exigências sociais. Mas estão longe de corresponder ao imaginário do senso comum, de que seriam “nerds”, usando óculos com “fundo de garrafa”.


Elas podem apresentar um desenvolvimento psicomotor precoce, extrema variedade de interesses e curiosidade, persistência, autocrítica altamente desenvolvida, facilidade de aprendizagem e compreensão de princípios gerais, criatividade, gosto pela leitura, sensibilidade emocional e social, rejeição às injustiças e à rotina, liderança em várias áreas, independência, grande imaginação e fantasia, entre tantas outras habilidades. Não é necessário que a criança apresente todas essas características para que possa ser considerada superdotada. As vezes, a presença de apenas um traço é suficiente para verificarmos um desenvolvimento mais elaborado, com um alto padrão de desempenho em relação à faixa etária da criança.

Por ser algo tão diversificado, é possível que certos padrões de desenvolvimento estejam em diferentes estágios, ou seja, em alguns casos verifica-se a falta de sincronia entre uma esfera de desenvolvimento ou habilidade em relação a outras. Por exemplo, pode-se observar crianças que pensam mais rápido do que sua capacidade de expressar de forma oral ou escrita, e por isso se atropelam entre o pensar, falar e escrever. Da mesma forma, vemos crianças que apresentam desenvolvimento cognitivo muito além da sua idade escolar, mas emocionalmente ou fisicamente, correspondem ao padrão de desenvolvimento esperado para sua idade. Também não é raro a criança com altas habilidades/superdotação ser excelente em uma determinada matéria escolar, boa em outra e péssima em alguma. Daí é importante saber que ser superdotado não significa ser bom em tudo o tempo todo, muito menos pensar que as altas habilidades/superdotação são sinônimo de sucesso acadêmico, financeiro ou na vida.


A criança com altas habilidades/superdotação representa um grande desafio para pais/responsáveis e educadores

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O desenvolvimento humano está sujeito à influência de fatores biológicos e ambientais. A criança está em pleno processo de desenvolvimento e muitas vezes, apesar de apresentar precocidade em muitos casos, ela não efetiva todo seu potencial ao longo da vida. É preciso reconhecer a importância dos meios necessários para conduzir sua educação das crianças com altas habilidades, seja o âmbito escolar ou familiar, para que possam ser devidamente assistidas e continuem a expressar comportamentos de superdotação, mas também para que possam se desenvolver plenamente e alcançar sua autorrealização pessoal, seja em qual área for.

Assim, para ajudar a criança com altas habilidades/superdotação a desenvolver-se, é preciso entender que ela diferencia-se de outras crianças da mesma forma que um indivíduo se diferencia de outro, seja por aspectos pessoais, por esquemas de aprendizagem ou por comportamentos adaptativos frente ao ambiente. É atender suas necessidades físicas, psíquicas e emocionais, mas também é lutar para garantir os direitos a uma educação especial inclusiva, pois as necessidades cognitivas, emocionais, sociais e comportamentais dos superdotados, não podem ser niveladas às das outras crianças, nem tampouco podem ser negligenciadas. Ser um(a) facilitador(a) para uma criança com altas habilidades superdotação exige amorosidade, estudo, esforço e comprometimento dos pais/responsáveis e das escolas. Mas isso é assunto para outra conversa...

*Saberes e Práticas da Inclusão - Desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos com altas habilidades / superdotação (MEC/SEESP, 2006) - http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/altashabilidades.pdf


 
 
 

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