O que significa cuidar de uma criança?
- Andréia Ferreira
- 27 de jul. de 2020
- 4 min de leitura
Entenda como esse cuidado é traduzido na criação em três passos!
Você já parou para pensar sobre a responsabilidade de ter uma criança sob seu cuidado? Cuidar de uma criança é uma missão muito importante que implica em basicamente TRÊS TAREFAS. Continue lendo e saiba mais!

Começando pelo começo
A primeira delas é MANTER A CRIANÇA VIVA. Parece simples, mas na verdade é muito complexa. Manter uma criança viva significa alimentá-la, protegê-la, abrigá-la e cuidar de sua saúde. Na verdade, cada tarefa dessas se desdobra em várias outras. Podemos enumerar várias atividades/obrigações que precisamos fazer para manter uma criança viva. Por exemplo, só para manter uma criança alimentada, é preciso ter e escolher os alimentos, prepará-los (cascar, cortar, picar, triturar, cozinhar...), oferecer tudo pronto a ela e depois limpar toda a bagunça. Às vezes os pais ou responsáveis ficam exaustos! Para manter uma criança viva é necessário algum tipo de infraestrutura econômica por parte de quem cumpre esse papel, o que significa buscar no mundo do trabalho, as condições para isso! Quase sempre, o mundo do trabalho nos envolve e nos consome boa parte do tempo e o dia fica pequeno para fazermos tudo que precisamos ou queremos. Ainda assim, para termos condições de manter a criança é preciso recursos financeiros. No entanto, manter a criança viva não é suficiente. Então aos pais/responsáveis é oferecida uma segunda tarefa.

Educar é cuidar!
A segunda tarefa não é menos difícil que a primeira. A segunda tarefa é EDUCAR a criança. Mas o que é educar? Como se educa uma criança? O que é uma boa educação? Em primeiro lugar é preciso entender que a educação é um processo que faz parte da constituição social do ser humano. A educação é a transmissão de valores, normas sociais, atitudes, afetos. Mas é também o desenvolvimento das capacidades, da participação na vida social, do modo de conhecer, pensar, de sentir e de agir, que cada pessoa vai construindo ao longo de sua vida, conforme as suas oportunidades de interação social e situações de aprendizagem. A educação é o meio para que as pessoas vivam em sociedade. Em segundo lugar, como se educa uma criança, vai depender do que projetamos para ela, pois é a partir daí que agimos no presente. Os valores que vamos transmitir, os limites, o que vamos falar e fazer, depende de quem somos e quais expectativas temos sobre o comportamento da criança. Existem regras sociais, valores morais e éticos que precisamos ensinar às crianças para que elas entendam os jogos da vida, e nossas atitudes são fundamentais, pois a criança aprende por modelagem, ou seja, busca imitar, repetir ou mesmo incorporar, as atitudes daqueles com os quais tem um forte vínculo afetivo. Uma boa educação é aquela que oferece à criança, as condições para que ela se desenvolva fisicamente, emocionalmente, cognitivamente e socialmente, enfim, que ela tenha oportunidades para realizar aquilo que ela é capaz, com limites muito claros, com respeito, com amor.
Afeto x educação: a equação exata para expressar o amor por sua criança
Por fim, a terceira tarefa, a mais difícil de todas: DAR AMOR. Estabelecer o peso e a medida do AFETO que sentimos por nossa criança é muito importante, pois inevitavelmente nós vamos transmitir isso a ela das mais diferentes formas, sejam esses afetos positivos ou negativos. O afeto é a dimensão de valor, é o que pesamos como importante ou não, bom ou não, bem ou mal, prazer ou desprazer. Os afetos é que nos ligam às pessoas, coisas ou lugares. A dimensão afetiva é fundamental para uma pessoa se posicionar em relação à si mesma e em relação ao mundo, fatos, outras pessoas. Quantas vezes somos contraditórios em nossas ações? Quantas vezes falamos, fazemos, pensamos ou agimos de modo coerente com o que realmente valorizamos? Quantas vezes nos expressamos, fazendo a criança pensar que ela não é amada, não é importante, que é ruim em algo, enfim, quantas atitudes dos pais/responsáveis ferem não só a integridade física mas também a integridade emocional de uma criança? Quantas vezes, realmente demonstramos em gestos, palavras, olhares o que realmente sentimos? Esse é um terreno complicado, pois os afetos, os vínculos afetivos, os sentimentos e emoções, têm lógica, mas não são racionais. Eles têm outras motivações, são subjetivos, internos, intensos, marcantes. Cada pessoa envolvida em uma relação afetiva é também um sujeito de sua própria história afetiva, o que de certa forma, vai estar presente no modo como irá se relacionar com os outros. Às vezes é necessário primeiro cuidar de si, antes de fazer isso por uma criança.
A missão dos pais/responsáveis por uma criança é árdua e não dá para se omitir diante as responsabilidades das três grandes tarefas, que devem ser realizadas concomitantemente, durante um longo período de tempo. É preciso reconhecer que ao assumirmos uma criança em nossas vidas, aceitamos um desafio que não tem fórmula de sucesso, nem manual de instruções, nem botão de pause ou de power.
O êxito e o sucesso ao final só são alcançados, se toda a FAMÍLIA estiver trabalhando por um objetivo comum a todos. Respeito, coerência, firmeza e ternura, talvez sejam luzes nos caminhos desta grande aventura!!
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